Noite silenciosa. Rua deserta. Só se ouviam a minha respiração, e os meus
pés pisando no asfalto frio. A lua também, como sempre, quieta e solitária. Continuei a andar. Sem pressa. Na verdade, não ia a lugar algum. Só não suportava mais a minha alma vagando pelos cômodos de casa. Precisava
caminhar, buscar coisa diferente.
De repente, um grito. Uma voz rouca e áspera. Parei. Novamente gritos. Depois, passos
que se aproximavam. Virei. Não havia ninguém. A rua continuava deserta, sem viva pessoa que não eu.
- Meu Deus,
que teria sido aquilo?
Quando dei por
mim, já estava diante de uma casa de luz vermelha. Antoniele fumava à
porta.
- Vem, entra.
Você está com uma cara horrível hoje.
Elio Oliveira Cunha