terça-feira, 10 de março de 2009

Sem rumo


Noite silenciosa. Rua deserta. Só se ouviam a minha respiração, e os meus pés pisando no asfalto frio. A lua também, como sempre, quieta e solitária. Continuei a andar. Sem pressa. Na verdade, não ia a lugar algum. Só não suportava mais a minha alma vagando pelos cômodos de casa. Precisava caminhar, buscar coisa diferente.
De repente, um grito. Uma voz rouca e áspera. Parei. Novamente gritos. Depois, passos que se aproximavam. Virei. Não havia ninguém. A rua continuava deserta, sem viva pessoa que não eu.
- Meu Deus, que teria sido aquilo?
Quando dei por mim, já estava diante de uma casa de luz vermelha. Antoniele fumava à porta.
- Vem, entra. Você está com uma cara horrível hoje.


Elio Oliveira Cunha